domingo, 9 de outubro de 2016

Quem são os tais recursos humanos?


           Os chamados recursos humanos somos nós: as pessoas.


Após a Revolução Industrial, as empresas começaram a organizar a sua forma de administração, mas ainda assim, o papel das pessoas nos seus resultados não era muito valorizado.
Com o passar do tempo, foi ocorrendo certa evolução da percepção da importância do fator humano nas organizações. Inicialmente, as pessoas, antes tratadas de qualquer forma e sem cuidado, passaram ao menos a serem igualadas em importância aos recursos materiais ou financeiros, por exemplo. Parece pouco, não é? E era mesmo! Mas, para a época, foi o primeiro passo rumo ao entendimento do valor das pessoas nas organizações. Partia daí o conceito formal de que, assim como era dada importância às máquinas ou estoques, também devia ser dada importância às pessoas.
Nesse período pós Revolução Industrial, a busca pelo desenvolvimento e melhoria dos processos e métodos cresceu bastante e, com essa busca, alguns efeitos colaterais relacionados às pessoas começaram a surgir. As empresas e os estudiosos começaram a perceber que o comportamento do homem influenciava diretamente no resultado da empresa. Era preciso maximizar a eficiência da produção, mas foi ficando cada vez mais claro que isso não seria possível sem atuar adequadamente com as pessoas e suas necessidades. 
Com essa percepção sobre a importância das pessoas, começou a ser criado um setor, que hoje conhecemos comumente como Recursos Humanos - RH, para tratar as relações entre elas e as organizações. Este, ao longo dos anos, também foi mudando a sua forma de atuação diante da evolução de tais relações e deixou de ser um setor que tratava apenas da burocracia de pessoal para se tornar um fator chave nas transformações dentro das organizações. Não bastava apenas tratar das rotinas relacionadas às pessoas e condições de trabalho, mas passou a se perceber a importância da valorização dos profissionais e das pessoas como indivíduos, bem como o papel delas nos resultados da empresa. Como mudou essa forma de atuação, o RH acabou se dividindo em subsistemas, sendo alguns dos mais conhecidos relacionados a seguir:
- Recrutamento e seleção
- Departamento pessoal
- Treinamento e desenvolvimento
- Saúde e segurança do trabalho
- Qualidade de vida
- Etc.
Atualmente, conceituar as pessoas como recursos já não está sendo aplicado, mas ficou muito marcado no nome do setor que trata de suas relações dentro das empresas: RH. Claro que, assim como a visão da importância do homem na empresa tem sofrido evoluções, também várias nomenclaturas para o setor surgiram ao longo do tempo. Já foram utilizadas expressões como "setor de administração de pessoal ou setor de pessoal e relações humanas” etc. Mais recentemente, usam-se expressões como “administração de RH, desenvolvimento de recursos humanos, gestão de pessoas ou gestão com pessoas”, entre outras. Mas acho que o nome do setor é o menos importante quando se trata da real importância que as empresas empregam às pessoas, não é? 
Hoje, as pessoas são vistas como capital humano, termo que também vem sendo questionado por alguns estudiosos, mas o mais importante nisso tudo é que finalmente tem se percebido que as suas ideias, contribuições e força de trabalho são muito mais relevantes para as empresas do que qualquer máquina. As empresas têm cada vez mais trabalhado em desenvolver maneiras para estimular estas pessoas a se manterem motivadas, para obterem melhores resultados e desejarem permanecer em seus cargos. Vamos caçar palavras, de acordo com o conteúdo do texto, e reforçar um pouco mais sobre o que lemos aqui?

Dicas:
1 - As pessoas não eram valorizadas na empresa, mas após a Revolução Industrial, passaram a ser vistas como o que?
2 - Um dos subsistemas do RH
3 - Elas são "os chamados recursos humanos"?
4 - Se as pessoas não mais são vistas como recursos, como são vistas hoje?

5 - O que as empresas perceberam com o passar do tempo que influencia no resultado delas?

Trecho extraído e adaptado do caderno de estudos do curso técnico de administração, oferecido pela Secretaria de Educação do Estado de Pernambuco. Autora: Luciana Bazante.

Luciana Bazante é administradora, engenheira, professora, coordenadora de gestão da qualidade e especialista.














sexta-feira, 22 de abril de 2016

Promoção: quer ganhar um livro?

Não, você não precisa comprar nada, nem vender nada, nem alugar nada...é verdade!

Basta que você passe a seguir este blog novinho em folha e que curta+compartilhe de modo público em seu facebook o face do blog (marcando 2 amigos que se interessem por gestão e assuntos relacionados).

O blog Lu na Gestão está saindo agorinha do forno, ainda não foi muito divulgado. Para que você saiba como participar dele, observe que, do lado direito do blog, tem algumas fotos que representam os perfis no gmail dos seguidores. Quando você passar a participar do blog, a foto do seu perfil também vai aparecer ali!

Vamos recapitular as regras pra você não perder essa:


1 - Passe a seguir o blog: clique em "participar deste blog"

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3 -  Compartilhe de modo público o face do Lu na Gestão (clique no link a seguir)
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e marque 2 amigos seus nesta postagem! Tem que marcar os amigos, hein?


É só isso! Cumpra os 3 passos e é só esperar!

No dia 30/06/16 haverá um sorteio e o livro sobre gestão de projetos, da FGV, poderá ser seu! Você não terá nenhum custo com o envio. Se você atendeu aos requisitos para concorrer a ganhar o livro, vai chegar na sua casa este presentinho.


Não deixe para amanhã, siga hoje mesmo os passos acima e passe a concorrer um livro muito interessante, que certamente agregará muito conhecimento à sua vida!


Boa sorte!



Luciana Bazante

Administradora do blog  

Etiqueta no whats app


Vez ou outra surgem novidades que mudam completamente a nossa forma de comunicação. Há um tempo atrás, o e-mail revolucionou a forma com que as pessoas se correspondiam, depois SMS, um sem número de redes sociais on line...e, agora, o whats app.

O aplicativo tomou uma proporção tão grande que, até no mundo corporativo, as pessoas criam grupos para facilitar a comunicação entre elas. Isso vem sendo motivo de discussão, pois alguns acreditam que usar o whats app dessa forma extrapola as barreiras entre o pessoal e o profissional, mas esse não é o foco dessa postagem. O assunto aqui é discutir como devemos nos comportar se em algum dia formos colocados em um grupo de whats app da empresa.

Seguem algumas dicas:
1 – Não envie mensagem muito tarde. Sei que é bem prático enviar uma mensagem quando lembrar de um assunto tão importante que a pessoa nem presta atenção na hora...mas deve prestar. Se o que você está tratando é assunto profissional, as pessoas têm uma quantidade de horas determinada por lei para começar e terminar de trabalhar, nas demais horas, lembre-se que elas devem viver;
2 – Se você perceber que alguém leu a sua mensagem e não respondeu imediatamente, não fique insistindo: “Você está aí?”, “Responde”, “Respondeeeee”...Isso você pode fazer em mensagens pessoais, mas não fica bem no mundo corporativo. Quando perceber que alguém não respondeu alguma mensagem importante, melhor ligar, procurar pessoalmente...nem que seja pra cobrar resposta, mas não insista;
3 – Não envie correntes, figurinhas animadas, foto de mascote do time perdedor daquele jogo acirrado, áudios de piadas, mulheres nuas...a pessoa abre o grupo profissional e vê 40 mensagens sem importância, acaba não lendo mais nenhuma...e, no meio delas, estava aquele aviso importante que deixou de ser visto, informando que a chuva da noite queimou todos os computadores do setor B e, por isso, está ocorrendo uma demora na emissão de notas fiscais...
4 – Não passe do limite no uso de emoticons. Você pode até usar, mas não exagere;
5 – Por fim, não fique com raiva se, ao fazer qualquer uma destas coisas, o administrador procurar você e pedir para que não o faça...afinal, há lugar e hora...ou seria: há grupos e grupos?

Estas são apenas as minhas dicas, você pode encontrar muitas outras por aí, mas garanto que ao menos as 5 acima evitarão muita dor de cabeça ou situações inconvenientes.











Fonte: https://www.whatsappbrand.com/

Luciana Bazante é administradora, professora, coordenadora de gestão da qualidade e especialista.



Mais uma sobre gestão de projetos – o que é o escopo?


Uma das dúvidas mais frequentes que escuto tanto nas aulas quanto nas empresas é sobre como definir o escopo de um projeto.


Antes de tentar responder a esta dúvida, é interessante começar explicando o que é o escopo.
Segundo o PMI (Project Management Institute – Instituto para Gerenciamento de Projetos), definir o escopo de um projeto é desenvolver uma descrição detalhada do projeto e do produto.

Podemos encontrar vários conceitos semelhantes sobre escopo, tais como:
“Aquilo que deve ser entregue”
“Aquilo que deve ser feito”
“Aquilo que deve ser criado”
(...)

Resumindo, é uma descrição detalhada daquilo que se espera que um projeto, produto ou serviço seja.

Observe que, mais uma vez, eu salientei a palavra “detalhada”. Eu diria que este detalhamento é necessário para o sucesso de demais requisitos a serem especificados, tais como prazo, custo, etc.

Vamos ver alguns exemplos de escopo de projetos?
1 – Implantar a norma ISO 22000 em uma indústria produtora de vinagre da Região Metropolitana do Recife
2 - Desenvolver um aplicativo para celular que permita comunicação com empresa ayB
3 - Construir uma casa de praia em Carneiros

Percebeu? De certa forma, foi possível dar detalhes sobre o que seria entregue, facilitando o planejamento do projeto. Uma boa definição de escopo influencia diretamente no sucesso do projeto.

É possível dar algumas dicas para definir um bom escopo, tais como:
- Ouça com atenção o que o cliente deseja
- Tente entender o que o cliente quer e o que ele não quer para descrever no escopo só o que realmente precisa estar lá, o que é necessário
- Não fique com vergonha ou medo de fazer perguntas, pois elas podem conduzir você a uma melhor definição do projeto
- No momento de definir o escopo, não faça sozinho (a)! Procure envolver ao menos os gerentes o time do projeto, porque se houver alguma dúvida no momento desta definição, estas são as pessoas que melhor podem responder sobre os detalhes
- Etc.

Enfim, após definido o escopo, também é importante gerenciar o escopo...mas aí é uma história para outra postagem.

Se ainda estiver com dúvidas, faça algumas pesquisas on line, rapidamente você encontrará muitos outros exemplos.


Luciana Bazante é administradora, professora, coordenadora de gestão da qualidade e especialista.

sexta-feira, 12 de fevereiro de 2016

O layout pode influenciar na produtividade?

Antes de qualquer coisa, é importante apresentar dois significados:

Produtividade: “Produtividade é minimizar cientificamente o uso de recursos materiais, mão-de-obra, máquinas, equipamentos etc., para reduzir custos de produção, expandir mercados, aumentar o número de empregados, lutar por aumentos reais de salários e pela melhoria do padrão de vida, no interesse comum do capital, do trabalho e dos consumidores”. (Japan Productivity Center for Social – Economics Development ).

Layout: é uma palavra do dicionário inglês, que algumas vezes é encontrada na forma portuguesa "leiaute" ou no termo em Português "arranjo físico". De forma resumida, é um esboço que apresenta a distribuição física de alguns elementos num determinado espaço. Existem vários tipos de layout e, estejam eles ainda no papel, numa maquete ou já dispostos no plano real, devem ser bem planejados pelas empresas de forma a evitar acidentes e garantir mais produtividade, entre outros objetivos.

O layout não deve ser simplesmente uma disposição racional das máquinas ou móveis, mas também deve envolver o estudo das condições humanas de trabalho (iluminação, ventilação, etc.), de corredores eficientes, de como evitar controles desnecessários, armários e bancadas, etc.  Sendo assim, quando se fala em planejar o layout da instalação, a intenção é planejar a localização desde as máquinas, até os banheiros e, ainda, os fluxos de materiais e pessoas que circulam na empresa.

Sim, se você tinha alguma dúvida em relação ao layout influenciar na produtividade, a resposta é afirmativa. Mas como uma empresa pode planejar um layout de forma a promover maior produtividade? Bem, esta não é uma resposta simples, porque as empresas devem considerar seus tipos de produtos e o seu espaço no momento de planejar o seu layout, então não existe um layout padrão de sucesso que se aplique a todas as empresas.

No entanto, de forma geral, é preciso que a empresa planeje seu layout de maneira a facilitar a movimentação de insumos e produtos acabados, sem interrupções ou demora entre eles. Esta movimentação deve fluir entre os espaços de forma rápida e ágil, sem interrupções. A fábrica deve receber no momento oportuno os insumos para iniciar a produção, bem como deve liberar com a mesma agilidade os produtos acabados para a expedição. Também é importante considerar a movimentação das pessoas dentro do processo, pensando não só na agilidade dessa movimentação, como também na segurança dessas pessoas. Aliás, segurança, saúde e ergonomia são termos que devem sempre ser considerados no momento de planejar o layout, uma vez que os postos de trabalho devem ser pensados de maneira a não atingir a saúde das pessoas nem a gerar fadiga. Outro fator muito importante para a produtividade de uma empresa é considerar que o layout planejado pode vir a sofrer alterações futuras. A empresa pode precisar ser ampliada, pode incrementar algum produto novo em seus processos, pode precisar mudar para atender alguma novidade nas legislações sanitárias ou ambientais, por exemplo. Se essas possibilidades de mudanças não forem consideradas, podem comprometer fortemente o desenho que já está estabelecido. Aqui estão apresentados só alguns fatores, existem outros mais.

Como comentado acima, são muitos fatores a considerar no momento de escolher o melhor layout para cada empresa e planejá-lo adequadamente, mas as sugestões descritas neste texto certamente irão contribuir para um desenho que colabore para a produtividade da empresa.
Luciana Bazante é administradora, professora, coordenadora de gestão da qualidade e especialista.

Administração da produção: modelo de transformação, você sabe o que é?

Vamos conhecer um pouco sobre o modelo de transformação? Na sua leitura básica, ele é composto por 3 partes:

1. Entradas (termo muito usado em inglês: “input”)

São aqueles recursos que serão transformados + os recursos transformadores, a serem inseridos no processo de transformação.

“Estes são os recursos que são tratados, transformados ou convertidos de alguma forma. Portanto, input (entrada) versa-se de todo tipo de recurso que vai adentrar/seguir por um determinado processo a fim de sofrer alterações em sua natureza a fim de criar algo novo, geralmente um produto.”
Slack, Chambers e Johnston

2. Processo de Transformação: é onde as entradas serão transformadas, ele pode ser constituído de diversas ferramentas (humanas, tecnológicas, intelectuais, eletrônicas, etc.). Tudo aquilo que entrou será transformado em um novo produto ou serviço. Neste ambiente, são inseridos tanto os recursos a serem transformados quanto os transformadores.



3. Saídas (termo muito usado em inglês: “output”)
É aquilo que é gerado depois de concluído o processo de transformação, um produto ou serviço pronto para ser fornecido ao consumidor.


Agora, vamos falar só um pouco mais sobre este grande bloco verde, onde acontecem as transformações. Um processo pode ser classificado como uma série de atividades que, ao serem executadas, transformam algo bruto em um bem ou serviço. Um processo não necessariamente ocorre dentro de uma só área, ele pode transitar em mais de uma área até culminar em sua saída.

Vamos usar um exemplo simples? Quando preparamos um cafezinho, usamos algumas entradas, como café, água, açúcar, máquina de café, pessoa (aproveite para exercitar a diferença entre recursos a serem transformados e os transformadores)...dependendo de como você gosta do seu café, isso pode variar. Isso tudo é inserido no processo de transformação e aquilo que era bruto será transformado num produto: eis o café, a tão esperada saída a ser entregue ao cliente. 

Mapear os processos e padronizar as atividades são fatores extremamente importantes para a eficiência do negócio, mas esse é um tema para outra postagem.

Luciana Bazante é administradora, professora, coordenadora de gestão da qualidade e especialista.
Figura: fonte própria. 

quinta-feira, 4 de fevereiro de 2016

Controle da qualidade x garantia da qualidade

Apesar de serem assuntos parecidos, controle da qualidade e garantia da qualidade são bastante diferentes. Vamos entender o que significa cada um.

Por definição normativa (ISO 9000), temos:  Controle da qualidade: parte da gestão da qualidade focada no atendimento dos requisitos da qualidade.

Garantia da qualidade: parte da gestão da qualidade focada em prover confiança de que os requisitos da qualidade serão atendidos.

Muito bem, se considerarmos que:
Requisitos: necessidades ou expectativas
Qualidade: grau na qual um conjunto de características satisfaz a requisitos, temos:

Controle da qualidade: foco no atendimento das necessidades ou expectativas
Garantia da qualidade: foco na provisão de confiança de que as necessidades ou expectativas serão atendidas.

Então, vamos entender os conceitos de tudo o que foi falado acima.

O controle da qualidade são atividades realizadas para avaliarmos o produto que será entregue ao cliente ou a matéria prima que iremos receber do nosso fornecedor.
Traduzindo para o nosso dia a dia, o controle da qualidade está relacionado com aquelas atividades de avaliação do produto, comparando o que foi produzido contra um padrão / especificação. Para isso, realizamos ensaios, testes, inspeções, utilizando equipamentos adequados (quando necessário) e pessoas qualificadas.

A garantia da qualidade acontece antes do controle da qualidade. Isso significa que a garantia, uma vez que tem a finalidade de prover confiança de que os requisitos serão atendidos, deve agir na fabricação do produto / serviço. Isso está relacionado a termos equipamentos adequados, parâmetros de processos controlados, pessoas capacitadas, fornecedores qualificados, entre outros.

O conceito que ainda é muito forte dentro das organizações como um todo, é que devemos fortalecer as atividades de controle da qualidade, colocando mais pessoas para “inspecionarem” o produto pronto. Mas, para termos uma melhor maneira de realizar o nosso produto, devemos aumentar a garantia da qualidade.
Quanto mais garantia, menos controle.
O problema é que aumentar a garantia dá trabalho. É uma construção demorada, onerosa e mexe com a mudança de cultura. Porém, os resultados são muito melhores, tanto da qualidade, como nos custos.

Mas isso é outro assunto.

Delter Lopes é consultor em sistemas de gestão.

terça-feira, 2 de fevereiro de 2016

PEPS não é marca de refrigerante

PEPS é a sigla para Primeiro que Entra, Primeiro que Sai. Tem origem na sigla em inglês FIFO e significa First In, First Out. É um método que faz referência à avaliação dos estoques nas empresas, de acordo com a ordem das entradas. Podemos dizer que se vários itens forem comprados, cada uma destas compras é uma entrada no estoque, não é? Então, na primeira saída do estoque (ou baixa do estoque) deve ser registrado o valor da primeira compra. Afinal, Primeiro que Entra, Primeiro que Sai.

Dessa forma, sai o material que entrou primeiro, ou seja, a empresa tira do estoque o lote mais antigo, cujo preço está baseado no custo da data de entrada no estoque. Quando acabar o lote mais antigo,  passa a se usar o preço do segundo lote mais antigo. Esse método oferece como vantagem manter o valor atualizado dos estoques em relação ao valor da última entrada.

Mas também podemos considerar o PEPS pela ordem cronológica, no sentido da preservação da validade do item no estoque. É com este objetivo, e não o contábil mencionado acima, que algumas legislações sanitárias demandam a implantação do PEPS. Nesse caso, sempre que um item entrar no depósito, a sua data deve ser observada, pois a primeira data que entrou no depósito deve ser a primeira a sair.

Mas não termina por aí! Existe outro método, chamado UEPS, que é a sigla para Último que Entra, Primeiro que Sai. Tem origem na sigla em inglês LIFO e significa Last In, First Out. É um método que também faz referência à avaliação dos estoques nas empresas, só que considera a ordem das últimas entradas. Então, na primeira saída do estoque (ou baixa do estoque) deve ser registrado o valor da ÚLTIMA compra. Afinal, o Último que Entra, é o Primeiro que Sai.
Resumindo: no UEPS, o custo do estoque considera as unidades que entraram no estoque por último. Ele tem a vantagem de registrar os custos dos itens que realmente foram consumidos, oferecendo à empresa a possibilidade de ajustes mais rápidos, tanto na produção quanto nos preços que são cobrados ao consumidor. No entanto, ele não é apropriado para certos segmentos de atuação, tais como os estabelecimentos que atuam com alimentos ou outros bens perecíveis, por exemplo. Ele ainda causa a supervalorização dos preços dos itens e, por isso, ao final do exercício contábil, gera um crédito positivo destes itens. Por causa disso, a legislação fiscal brasileira não permite a sua utilização, até porque reduz o resultado tributável.

Analisando o UEPS pela ordem cronológica, no sentido da preservação da validade do item no estoque, não encontramos menção sobre este método nas legislações sanitárias. Nesse caso, sempre que um item entrar no depósito, a sua data deve ser observada, pois a última data que entrou no depósito deve ser a primeira a sair. Mas quando a empresa deve fazer uso desse conceito? Imagine uma empresa no Sul do Brasil que distribui para pequenas cidades da Amazônia certos produtos com validade de 6 meses. Imaginou? Pois é, esta empresa deve enviar os produtos que mais recentemente entraram em seus estoques, pois como percorrerão um longo percurso até chegarem ao seu destino final, correm o risco de ficar menos tempo em validade nas prateleiras dos clientes desta região (se forem enviados os lotes mais antigos). Sendo assim, ela pode comercializar no Sul os itens com validade mais antiga, cumprindo o PEPS, e aplicar o UEPS para os produtos que seguirão mais longe. Este é só um exemplo, você poderá encontrar outras situações.

Algumas legislações sanitárias exigem o uso do PEPS, mas no sentido de PVPS (Primeiro que Vence, Primeiro que Sai), sendo assim passa a ser Primeiro que Expira, Primeiro que Sai. Isso ocorre porque nem sempre as empresas fornecedoras expedem os primeiros lotes fabricados, então a empresa compradora pode receber em seu estoque lotes mais antigos depois de receber lotes mais novos. Na teoria, isso não deveria acontecer, mas  acontece muito, então as empresas precisam ficar atentas para acompanhar o recebimento e armazenamento dos seus itens, de forma a retirar (dar saída) naqueles lotes mais antigos.

Figura: www.morguefile.com
 
Luciana Bazante é administradora, professora, coordenadora de gestão da qualidade e especialista.

 

Agente tudo junto pode ser coisa de polícia


Não é tão raro encontrarmos certos erros quando lemos alguns textos. Um dos mais comuns está relacionado às palavras agente e a gente.

Antes de qualquer coisa, as duas formas estão corretas.

Agente é um substantivo que não necessariamente está relacionado à polícia, ele se refere à pessoa que faz algo.
Exemplos:
Vamos aprender a identificar o que faz um agente da passiva.
O agente japonês da federal esteve aqui.

A gente é um termo composto pelo artigo definido feminino a e pelo substantivo gente, que se refere ao pronome nós.
Exemplos:
Amanhã a gente vai para a praia.
“A gente não quer só comida, a gente quer comida, diversão e arte.”

E cuidado para não cair em outro erro! Mesmo usando a gente no sentido de nós, não passa a ser um pronome pessoal no plural...então não escreva ou fale “amanhã a gente vamos” achando que está falando melhor o nosso idioma. O exemplo certo para terminar esta postagem seria: "amanhã a gente pode até errar, mas será um erro diferente".

Figura: www.morguefile.com
 
Luciana Bazante é administradora, professora, coordenadora de gestão da qualidade e especialista.

A Gestão de Projetos no contexto brasileiro: dá certo?

A gestão de projetos é temática presente nos discursos dos gestores de diversas organizações, sejam públicas ou privadas. Faz sentido, porque esta ferramenta auxilia no desenvolvimento dos projetos organizacionais, através do planejamento das ações que darão vida à concretização dos objetivos determinados.

Mas, aí incorre o grande problema: Planejar. Debruçar-se sobre o que vai ser realizado, identificando cada etapa, cada recurso, cada responsável e os respectivos prazos. Quando iniciadas as discussões, depois de um tempo observa-se que a sensação dos envolvidos é que está se perdendo tempo. Ao invés de pensar no que fazer ou no que deveria se fazer. Alguns pensam. E por isso, apesar de se perceber a importância da gestão de projetos no contexto organizacional, esta ainda não é apropriadamente aplicada.
A cultura que os gestores organizacionais brasileiros têm de serem “apagadores de incêndios” é um grande dificultador da implantação desta prática. Então, tenta-se de todas as formas adequar o método para esta realidade. Os resultados são prejudicados, o que reforça a necessidade de se apagar cada vez mais “incêndios”.  Isto pode ser um indicador do baixo nível de maturidade das organizações brasileiras, nas pesquisas publicadas.

 É preciso ter em mente: Mais do que a mudança na prática organizacional, a gestão de projetos é uma mudança nos pressupostos da prática, um fazer diferente, que necessita de direcionamentos diferentes para que possa ser bem sucedida. Se este entendimento não for internalizado, esta prática não trará maiores resultados.

Antonio de Souza Silva Júnior é doutor em administração e professor do departamento de ciência da informação da UFPE.

quinta-feira, 21 de janeiro de 2016

Gestão de pessoas não é coisa do RH

Atuar com gestão de pessoas é o grande desafio de qualquer líder. Não é mérito apenas da  área de RH fazer a gestão das pessoas que compõem uma organização; o RH dá subsídios e/ou ferramentas para o gestor aplicar o que precisa no seu dia a dia. E qual seria o segredo para saber gerir uma equipe tendo como essência uma gestão de pessoas que promova um clima de confiança, desenvolvimento e crescimento profissional?

Ser líder ou gestor de pessoas necessariamente não é algo nato, mas que pode ser desenvolvido. Relembrando o conceito do CHA (Conhecimento, Habilidade e Atitude), aprendemos o conceito, desenvolvemos habilidades (o que pode ocorrer com o total suporte da área de RH), mas, o que faz realmente o líder é a ATITUDE, é ter paixão por pessoas, é acreditar que estabelecer um clima de confiança mútuo, com espaço para feedbacks mútuos, estímulo a criatividade e clima saudável, irá trazer pessoas que não estarão na empresa apenas pelo salário, mas principalmente por admirarem seus gestores.

Ter atitude de Líder ou ser gestor de pessoas é ter um comportamento que inspire seus liderados, para que estas pessoas busquem “copiar” ou simplesmente admirar o seu líder, trazendo resultados  extraordinários.

Ter atitude de Líder ou ser gestor de pessoas é uma escolha...

Qual atitude você irá escolher se estiver numa posição de gestor?

Figura: www.morguefile.com


Dioná Lopes S. Costa: Psicóloga com Especialização em Psicologia Organizacional e do Trabalho e MBA em Planejamento e Gestão Organizacional , atuando na  área de RH há 15 anos  em empresas alimentícias e de bens de consumo, palestrante na área comportamental e desenvolvimento de lideranças .

quarta-feira, 20 de janeiro de 2016

A jornada de um shopper comum…


Ao terminar de ler o título deste post, o leitor certamente estará se perguntando o motivo da palavra ‘comprador’ estar grafada em inglês.  A justificativa é simples: o termo ‘comprador’ no segmento B2B já é bem consolidado e para diferenciar do comprador do segmento B2C o termo grafado em inglês ficou e ganhou destaque para definir o indivíduo que realiza suas compras no varejo. E por que comprar é uma jornada?

A priori, comprar é uma atividade fácil de realizar e também é um momento que traz prazer ao indivíduo. Mas, ao decidir ir às compras, um shopper cumpre uma jornada que está destinada a ser mais ou menos feliz a depender do nível de desenvolvimento dos fundamentos essenciais do varejista, tais como: ponto natural, ponto promocional, nível de abastecimento, precificação, posicionamento de produto na gondola (planograma), formas de exposição e ativação de material de comunicação no ponto de venda (identidade visual). E, como processo inicial, o shopper busca o estabelecimento que na sua visão o satisfaça em termos de conceito de loja, conveniência de compra, oferta de crédito e status do estabelecimento que são conhecimentos adquiridos essencialmente pela PROPAGANDA.

Uma vez no ponto de venda, a jornada do shopper é influenciada em pontos essenciais para efetivação da compra, como definido por D’Andrea, Cônsoli e Guissoni, em Shopper Marketing: (1) na entrada (da loja e sessão), (2) no corredor, (3) na gondola e, finalmente, (4) na compra do produto (no check out ou check stand). Em cada um deles, o varejista desenvolve ações que influenciarão o shopper a definir a compra de um produto ou marca específica e o seu cumprimento deve levar a uma experiência de compra perfeita, motivando o shopper a escolher a sua loja nas próximas compras; como também, gerando o aumento e a fidelização de clientes.

Como é possível deduzir, os espaços no ponto de venda são disputados palmo a palmo pela indústria concorrente. Por isso, é muito importante que os profissionais que fazem e gestão tática e operacional do ponto de venda (PDV) tenham iniciativa para negociar os melhores espaços e criatividade para fazer exposições atraentes, pois, o tempo de decisão do shopper em frente à gôndola não passa em média de 5 segundos, levando em consideração que se trata de uma ação muito rápida, devido ao longo percurso de compras a se cumprir.

Então, a marca (produto) que estiver melhor posicionada no PDV leva a vantagem na hora da decisão do shopper, a chamada “hora da verdade” – o momento em que a procura com os olhos pelas prateleiras, pelo produto, pela marca e pelo preço apropriado o façam definir imediatamente a sua compra.

A jornada é longa. Nas próximas compras, observe todo o clima favorável à decisão de compra (ou não), o quanto ela contribuíu para uma experiência de compras não só necessária, mas agradável. Antes de mais nada, ativar o PDV tem sempre a função de auxiliar o shopper em sua jornada de compras.












Figura: www.morguefile.com



Renata Silveira: Administradora de Empresas, atualmente coordenadora de marketing e comunicação do Hospital de Cancer de Pernambuco. Ampla experiência em trade e varejo.